Gasolina chega a quase R$ 4 em Salvador
Na Bahia, o preço da gasolina mais cara pode ser encontrada na cidade de Porto Seguro, a 850 quilômetros de Salvador
No início do mês, conforme pesquisa de preços realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) em postos de combustíveis em Salvador, o litro da gasolina custava R$ 3,250, o seu valor mínimo, chegando ao máximo de R$ 3,770. Vinte e cinco dias depois, esses valores passaram a valer R$ até R$ 3, 990, uma alta de 0,74 centavos por litro.
A alta continuada do preço da gasolina em Salvador tornou a capital baiana com quarta gasolina mais cara dentre as capitais brasileiras, com o valor máximo de R$ 3, 990, segundo a pesquisa de preços da ANP. Fica atrás apenas das cidades do Rio de Janeiro (R$ 4, 299), Rio Branco (R$ 4,100) e Maceió, Belém e Porto Alegre, que têm os mesmos R$ 3, 999 o litro da gasolina. Salvador empata com Macapá, capital do Amapá, na Região Norte, e supera todas as demais capitais do Nordeste, a exceção de Maceió.
Conforme as avaliações da ANP, mesmo com o anúncio de redução do preço dos combustíveis nas refinarias, feito pela Petrobras na semana passada, os preços médios dos combustíveis nos postos do país continuaram a subir. Até a última sexta-feira, ainda der acordo com a pesquisa da ANP, o preço médio da gasolina no país estava em R$ 3, 671 o litro, atingindo seu pico no Rio de Janeiro, onde estava sendo vendida a R$ 4, 899. A pesquisa de preços da ANP é feita semanalmente em 5.667 postos de combustíveis no País.
Já os dados relativos aos preços do etanol e óleo diesel são coletados em 5.185 e 3.599 postos, respectivamente. De acordo com esses dados, o preço médio da gasolina ao consumidor no país passou de R$ 3, 654 o litro na semana passada para R$ 3,671 o litro até ontem. Já para o diesel a alta foi menor, de R$ 3, 002 o litro na semana passada para R$ 3, 005 esta semana. Na Bahia, a gasolina mais cara está em Porto Seguro, cujo preço do litro estava custando, até ontem, R$ 4, 299, seguido de Simões Filho (R$ 4, 250) e Juazeiro (R$ 4,100). Salvador (3, 990) é a quarta mais cara no Estado.
Bode expiatório
O presidente do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), José Augusto Costa, disse que os empresários do setor não podem ser acusados de estarem represando a queda nos preços da gasolina, que foi reduzido em 3,2%, para a gasolina, e 2,7% para o diesel, em suas refinarias, desde o último dia 15.
Conforme esclareceu o presidente do Sindicombustível na Bahia, não há como os postos de revenda diminuir os preços, uma vez que não tem havido essa redução por parte das distribuidoras. José Augusto esclareceu que até o final de janeiro, caso não haja uma reviravolta na economia, os preços dos combustíveis devem aumentar ainda mais, por causa da baixa produção de álcool. “A BR Distribuidora é da Petrobras e não repassou essa redução aos postos. Como querer que arquemos com essa situação, se continuamos a comprar o combustível mais caro?”, disse.
A redução de 3,2% no preço da gasolina, e 2,7% no preço do óleo diesel, nas refinarias, coincidiu com o aumento do preço do litro do álcool repassado pelos usineiros. Com isso as distribuidoras argumentaram que tiveram aumento de custos. Para cada litro de gasolina, é adicionado 27% de álcool. Na Bahia, a produção atende apenas há pouco mais de 7% do mercado, sendo os demais importados do Sudeste, principalmente.
ANP diz que concorrência é livre
Em nota no final da manhã de ontem, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) disse que não regula nem fiscaliza preços de combustíveis. De acordo com a Lei nº 9.478/1997, alterada pela Lei nº 9.990/2000, em vigor desde janeiro de 2002, no País prevalece o regime de liberdade de preços em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo.
Ainda segundo a ANP, “não há qualquer tipo de tabelamento de preços, nem fixação de valores máximos e mínimos ou exigência de autorização oficial prévia para reajustes de preços dos combustíveis em qualquer etapa da comercialização”, diz a nota da ANP. O órgão disse que acompanha semanalmente, por meio do Levantamento de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis, o comportamento dos preços praticados pelas distribuidoras e postos revendedores de combustíveis.
Os principais objetivos dessa pesquisa semanal são contribuir para que os consumidores busquem as melhores opções de compra, e permitir a identificação de mercados com indícios de infração à ordem econômica. Em caso de irregularidades, ou infrações a formação de cartéis e preços predatórios, as denúncias são investigadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) do Ministério da Justiça.
Salvador tem a quarta mais cara
Na Bahia, o preço da gasolina mais cara pode ser encontrada na cidade de Porto Seguro, a 850 quilômetros de Salvador. Ali o litro chega a custar R$ 4, 250. Em Salvador, a gasolina mais cara é encontrada a R$ 3, 990.
Tribuna da Bahia
por: Adilson Fonsêca
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